Uso de sementes ilegais gera riscos para sua rentabilidade

Material sem procedência pode ocasionar perdas significativas na lavoura e prejudicar cadeia produtiva

Além de desafios encontrados no agronegócio da porteira para fora, como a logística de transportes para escoar a produção, há também um grave problema encontrado da porteira para dentro: o uso de sementes ilegais.

O plantio de sementes não certificadas pode gerar perdas significativas na produção, além de prejudicar toda a cadeia produtiva da soja devido à escolha por material sem garantia de procedência e de qualidade. Conforme a Associação Brasileira dos Produtores de Sementes de Soja (ABRASS), de toda a semente de soja plantada no país, cerca de 30% não está em conformidade legal.

A prática não entrega garantias aos agricultores, pois não se sabe a origem do grão e a qualidade não é comprovada, como explica a engenheira agrônoma da Sementes Jotabasso, Patrícia Migliorini, doutora em Ciência e Tecnologia de Sementes.

“Ao adquirir essas sementes/grãos piratas, o produtor não terá amparo legal, uma vez que não atende as normas e os padrões estabelecidos e regulamentados por lei. Esse tipo de semente não passa pelos mesmos cuidados de controle de qualidade que uma semente certificada possui em todas as etapas do seu ciclo”, detalha Patrícia.

Como consequência, pode haver o comprometimento da lavoura por problemas fitossanitários, resultando em perdas na produção e na qualidade. Em geral, os riscos que as sementes ilegais oferecem ao agricultor estão relacionados diretamente com à baixa qualidade física, fisiológica, genética e sanitária desses produtos.

“Como exemplo dessa baixa qualidade percebemos desuniformidade da lavoura, presença de sementes de plantas daninhas entre as sementes cultivadas, sementes com baixa germinação e vigor, misturas de cultivares, e presença de patógenos e insetos (elevando o custo de manejo, devido à disseminação dessas pragas nas lavouras). Tudo isso está diretamente ligado a um menor rendimento e lucratividade na lavoura”, destaca a agrônoma.

Semente certificada

Os grãos certificados, como os produzidos pela Sementes Jotabasso, são desenvolvidos dentro dos padrões de controle de qualidade estabelecidos por lei, atendendo os critérios minuciosos de sanidade que são necessários a fim de garantir boa produção e produtividade. “Ao adquirir essas sementes, o agricultor tem conhecimento da sua origem/procedência, a qualidade é assegurada e comprovada, garantindo assim bom estabelecimento de estande, sem riscos fitossanitários, elevando a qualidade da sua lavoura e evitando dores de cabeça”, acrescenta a especialista.  

Por isso, o agricultor que preza pela qualidade e o sucesso da sua lavoura deve ficar alerta ao receber sua semente. “Observe se as informações obrigatórias do lote da semente estão impressas diretamente na embalagem. Essas informações devem conter: nome da cultivar (segundo o Registro Nacional de Cultivares-RNC), categoria, nome do lote, porcentagem de sementes puras e germinação, peneira, safra, validade do teste de germinação, entre outras”, lembra Patrícia.

A agrônoma da Jotabasso ainda lembra que essas informações devem estar de acordo com o item 21 da Instrução Normativa 09 de 2005. “Além disso, as sementes, ao chegarem na propriedade, devem estar acompanhadas da nota fiscal e do certificado de sementes ou do termo de conformidade. Na ausência dessas informações, informe o órgão competente (Mapa) e faça sua denúncia, lembrando que pirataria é crime”, finaliza.

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