Entenda porque a dessecação é uma importante estratégia no manejo da soja

Antecipar a colheita da soja e o plantio do milho safrinha são alguns dos benefícios

A dessecação pré-colheita da soja com produtos químicos é uma prática muito comum, com três objetivos principais: uniformidade de maturação, controlar plantas daninhas e antecipar a colheita, o que pode favorecer o plantio mais cedo do milho safrinha. Esta combinação tem contribuído economicamente para a viabilidade das fazendas que adotam este sistema.

No entanto, os técnicos da Embrapa Agropecuária Oeste lembram que quando o produtor desseca a lavoura, a planta vai morrer rapidamente e o trabalho precisa ser executado de forma dinâmica, em sintonia com a previsão do tempo, pois se houver excesso de chuva pode haver perdas.

Momento certeiro

Outro ponto importante é a aplicação do dessecante que deve acontecer no momento certo para evitar perdas no rendimento. A fase da dessecação é a conhecida como estágio R7 de desenvolvimento, quando a maior parte das folhas já estão amareladas.

Um estudo da Fundação de Apoio à Pesquisa Agropecuária de Mato Grosso (Fundação MT) recomenda que o dessecante seja aplicado no estádio R7.3, quando 76% das folhas estão amarelas, como explica o engenheiro agrônomo e responsável para áreas CESB da Jotabasso, Winicius Menegaz.  “Esperamos a planta atingir a maturidade fisiológica, que é quando ela já nutriu as sementes o máximo possível. A partir daí ela vai se desligar da planta e vai secando. Pode acontecer de uma planta maturar antes da outra, por mais que tenham sido plantadas ao mesmo tempo. Então a dessecação antes da colheita é pra uniformizar a lavoura”, destaca Menegaz.

O processo de dessecação como um todo deve ser realizado em paralelo ao acompanhamento climático a fim de programar o tamanho das áreas dessecadas em relação a capacidade operacional e previsões climáticas.

Benefícios

“Todos estes indicadores devem ser observados em pontos representativos ao talhão e devem desprezar as bordas”, explica Bruno Parreira, gerente de desenvolvimento da Brasmax, referência em genética de sementes.

Parreira explica que a dessecação, desde que realizada no estágio reprodutivo correto, traz aos agricultores benefícios como a uniformidade de maturação, colheita antecipada, controle de plantas daninhas, plantio da segunda safra no limpo, diminuição de perdas na colheita por excesso de impurezas e melhor uniformidade nos grãos colhidos.

Na Fazenda Jotabasso existe um planejamento de plantio e, na maior parte da lavoura, ocorre a dessecação. “Nós temos um planejamento de plantio, com as cultivares que determinamos, plantamos, e temos o conhecimento de cada ciclo de cada cultivar. Temos uma cultivar com ciclo de 116 dias, então sei quando plantei e sei quando vou colher. Quando chega a época da colheita nos avaliamos a lavoura e definimos onde é necessária a dessecação, que no caso da Jotabasso, a maioria dos nossos campos são dessecados. Isso resulta numa colheita mais uniforme, e para as sementes, quanto antes sair do campo é melhor, para não ficar mais exposta às intempéries”, finaliza Menegaz.

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