Entenda o que está fazendo os produtores optarem pelo Tratamento de Sementes Industrial

Pesquisa desenvolvida pelo Instituto Seedcare apontou que alguns tratamentos on farm continham até três vezes a dosagem de produto recomendada

A agricultura é uma atividade altamente vulnerável aos fatores climáticos e aos ciclos de pragas e fungos, por isso, a cada safra a tecnologia empregada na lavoura torna-se indispensável para o desenvolvimento e sustentabilidade da propriedade. Nesse sentido, o Tratamento de Sementes Industrial (TSI) surge como uma importante ferramenta para os produtores enfrentarem esses problemas.

Considerado um dos principais processos que antecedem o plantio e o cultivo das plantas de soja, o TSI vem se consolidando como um grande aliado do produtor. No município de Sonora, Mato Grosso do Sul, o produtor Dorvalino Vieira, investe na tecnologia há mais de oito anos e não esconde a satisfação.

A qualidade do tratamento industrial para o feito na fazenda é muito grande. A semente vem com o produto na dose certa. Isso é economia, sendo que na fazenda jamais seria assim. Além disso, tem o polímero que vem por fora da semente. Isso facilita o plantio com uma perfeita distribuição no solo e quando você faz via fazenda, por mais que você usa o polímero, não fica bom, a semente não cai com aquela precisão que o tratamento industrial oferece. Principalmente, quando se trabalha com tamanho de sementes diferentes, ela influencia muito também, conta.

Para se entender melhor essa tecnologia, é importante deixar claro que os produtos do tratamento industrial e os produtos que o produtor utiliza na fazenda on farm, são praticamente o mesmo. O que diferencia esses dois métodos é a tecnologia aplicada, como destaca Jefferson Aroni, gerente comercial da Sementes Jotabasso, que há mais de seis safras emprega a tecnologia TSI em suas variedades.

O TSI oferece uma tecnologia embarcada nessa semente, que garante para o produtor a certeza da dosagem correta na semente, que no tratamento on farm o produtor pode estar colocando produto a mais ou a menos. No processo industrial isso não acontece, além de contar com máquinas superavançadas que distribuem essa dosagem eletronicamente. E ainda conta com alguns aditivos como o polímero para o produto ser melhor distribuído na semente e o pó secante que é para dar maior aderência, deixando a semente mais uniforme e lisa para passar pela plantadeira sem sofrer danos e mantendo suas características originais, explica o especialista da Jotabasso.

PESQUISA

O valor de uma semente que passa por um processo de TSI pode ter um custo de 15% a 20% superior em relação a uma semente sem essa tecnologia. No entanto, para comprovar as vantagens do TSI na lavoura e mostrar que o investimento vale a pena, os técnicos do Instituto Seedcare da Syngenta realizaram uma pesquisa com 58 amostras de sementes de soja com TSI e 58 amostras on farm, ambas em propriedades no estado do Mato Grosso. A análise desenvolvida em 2017 apontou um desvio médio da dose de 6,8% para o TSI, enquanto o tratamento on farm atingiu um desvio médio da dose de 49%, onde algumas amostrar analisadas registravam três vezes a dosagem recomendada, ou seja, o produtor estava colocando produto em excesso. Também foram identificadas amostras que tinham de 30% a 40% menos da dosagem recomendada.

Além de uma semente de qualidade, dosagem precisa, recobrimento uniforme, menor agressão às sementes e não exposição aos produtos, a questão econômica tem sido determinante para o produtor optar por uma semente com TSI. Apesar disso, apenas cerca de 30% a 40% dos produtores já utilizaram essa tecnologia. O senhor Dorvalino, lá de Sonora (MS) é um deles.

Toda a semente de soja que planto nos 5.500 hectares da minha propriedade é com TSI. A diferença é do dia pra noite. Só a economia em usar a dose correta de produtos para as sementes já paga o investimento. Além disso, não tem mais aquele contato e manuseio com os produtos que prejudicam o meio ambiente e o trabalhador do campo, lembra.

A Semetes Jotabasso conta com máquinas avançadas para realizar o tratamento industrial, podendo chegar a até 18 toneladas por hora. São duas máquinas por unidade – Ponta Porã (MS) e Rondonópolis (MT), que são monitoradas por técnicos da Jotabasso e da empresa que fornece os produtos, onde após a aplicação as sementes são analisadas para conferir se estão dentro do padrão recomendado. Além do tratamento feito por uma máquina de alta precisão tem o monitoramento de técnicos e possibilidade do produtor optar por um inoculante longa vida, destaca Jefferson Aroni, responsável pra Unidade do MT.

INOCULANTE LONGA VIDA

Além do tratamento industrial, muitos produtores também já estão aderindo à variedade com inoculantes embarcado na semente, um produto que contém microrganismo com ação benéfica para o desenvolvimento das plantas.

Antigamente o produtor tratava a semente, inoculava e plantava. Você tinha um período muito curto, porque a bactéria morria. Hoje a gente tem uma tecnologia de inoculação onde a bactéria fica viva na semente por até 51 dias, com garantia do Ministério da Agricultura. E estão vindo novos produtos para o próximo ciclo onde será possível garantir que a bactéria fique viva por até 60 dias, antecipa Jefferson.

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